Para se inspirar #3 - ficar offline é o novo luxo
E se a vida que é para você for diferente da que você imaginou?
Estava conversando com uma pessoa muito querida que está passando por uma situação dificil. No fim da conversa, ela disse, “pois é, é que não era para ser assim”. Quem nunca teve a sensação de que a expectativa é sempre diferente da realidade?
Escrevemos um roteiro da nossa vida lá na infância e imaginamos que cada etapa vai sair do jeito que a gente planejou. Rasgar essas páginas requer coragem. Mas pensa, tem sofrimento maior do que deixar de viver algo que você quer muito por medo do que os outros vão pensar?
Volta e meio lembro de um poster que ficava na parede da minha escola. Ele dizia subvert the dominant paradigm (subverta o paradigma dominante) ou, de forma simplificada, questione o status quo. Tinha 15 anos e nem conhecia essas palavras em inglês, lembro que fui pesquisar no dicionário e nunca mais esqueci. Foi na mesma época em que assisti Sociedade dos Poetas Mortos, li JD Salinger, Aldous Huxley, Jack Kerouac, Toni Morrison e James Baldwin, todos transgressores do status quo.
Tudo isso para dizer que às vezes a gente tem que se perguntar: era para ser assim ou assado segundo quem?
Mudança de hábitos
Assisti à palestra da juíza Vanessa Cavallieri, do Protocolo Eu Vejo, sobre segurança na internet, bullying e cyberbullying. Depois farei um texto só sobre isso - e se quiser ler mais sobre o assunto agora, recomendo muito os textos da minha amiga Beth sobre impacto das telas nas crianças e adolescentes.
Saí da palestra pensando que para mudar como minhas filhas usam telas, preciso repensar o meu uso primeiro. Decidi que meu primeiro passo será não pegar mais no celular a partir das 19h. Deixarei tudo no silencioso, só permitindo ligações (ou seja, se você quiser falar comigo após esse horário, já sabe: é só ligar!).
A WSGN, que estuda tendências de consumo e lista o que vai ser moda no futuro próximo, já bateu o martelo. Em 2025, ficar offline será o novo luxo. As pessoas vão buscar lugares, experiências e momentos que ajudem a desconectar do mundo online.
Paz na prática
No meu primeiro módulo de Cultura da Paz, conheci a feminista pacifista (sim, elas existem!) Elise Boulding. Em seus trabalhos, a pesquisadora afirma que um dos primeiros e mais importantes lugares para se cultivar a paz é dentro das famílias.
Seus pontos principais:
- Escuta ativa e comunicação não violenta: Precisamos aprender a criar um ambiente onde todos membros da família se sintam ouvidos e respeitados para desenvolver a confiança e a segurança emocional.
- Educação para a resolução de conflitos: Crianças e adolescentes precisam aprender com os pais, professores e cuidadores a resolverem desentendimentos sem recorrer à agressão ou ao autoritarismo.
- Cuidado com a linguagem: As palavras têm poder. Falar de forma construtiva em vez de punitiva promove uma dinâmica familiar baseada no respeito e na colaboração.
- Tempo de qualidade: Elise Boulding reforçava que o convívio de qualidade é um investimento na construção de relações familiares saudáveis. O que é tempo de qualidade? Momentos que incentivam conexão, conversas genuínas e diversão.
Inspira Lab
Se você não conhece meu insta, clica aqui e vai lá dar uma olhadinha. Quem sabe você não me segue por lá também? Nos últimos dias, postei sobre:
O livro Descomplicadas, sobre adolescência
Que ser gentil faz você ser percebido como mais bonito pelos outros
Falar tudo que pensa não é ser autêntico, é ser grosso e mal-educado mesmo.
Por hoje é só.
Até a próxima!